Na Era Medieval não existia diferença
entre a Esfera Pública e a Esfera Privada,
pois tudo pertencia ao Rei ou ao Clero.

O Rei era dono das terras e cobrava
para si grande parte do que seus súditos
produziam, oferecendo em troca proteção
contra ameaças externas.

Com a expansão do comércio e o surgimento
de cidades fora dos feudos, houve conflitos
entre os Reis e os comerciantes
, que
desejavam maior participação política
e liberdade de circulação entre os feudos.

As sociedades modernas emergiram
da expansão do comércio e surgimento
das cidades fora dos feudos e próximas
das grandes rotas comerciais
.

Desses conflitos, originaram-se revoluções
como a Francesa, Inglesa e Norte-americana,
que transformaram o antigo regime medieval
em uma nova ordem social e política ancorada
nos princípios liberais de igualdade e liberdade
civil
, que culminou na imposição de limites
ao poder soberano do Rei.

O indivíduo se tornou livre,
dono de suas vontades.

Isso criou a necessidade
de um pacto ou contrato
entre os homens, para
evitar conflitos constantes,
algo que originou o que hoje
conhecemos como Constituição.

A ideia de participação política, presente
na Grécia Antiga, foi restaurada e com ela
a concepção de Democracia. O acesso ao poder
político do Estado foi institucionalizado, passando
a ser pautado na legalidade estrita e no sistema
político-representativo.

Nem todas as sociedades contemporâneas são democráticas,
existem sociedades em que a participação política é negada
a população. Destacam-se, neste caso, as monarquias
hereditárias
(Arábia Saudita), monarquias absolutistas
e/ou ditaduras (Coréia do Norte, Líbia, Zimbábue, etc).

Surgiu então a noção de espaços
e interesses públicos e privados,
assim como a diferenciação entre
Esfera Estatal, Esfera Não Estatal
e Esfera Pública.

Dessa diferenciação emergiu
a ideia de interesse público,
coletividade, e de interesse
privado
, indivíduos
e/ou organizações.

Na Gestão Pública,
o foco é a produção da regulação
das atividades econômicas e sociais
e serviços de consumo coletivo,
os quais não podem ser usufruidos
individualmente.

Essas atividades são realizadas
pelo Estado de maneira direta,
como as leis, a justiça, a segurança
pública
, ou indireta, como concessão
de serviços de rádio e TV ou amparo
a pessoas necessitadas
, por meio de
contratação de empresas ou ONGs.

Na Gestão Pública, diferente
da Gestão Privada, tudo tem que
estar adequado às leis, que regulam
as atividades do setor público,
e também de acordo com as políticas
governamentais vigentes
, isto é
aos projetos do governo em curso.

Já na Gestão Privada,
o foco está na lucratividade.

Para tanto, os empresários investem
muito no desenvolvimento do produto
para gerar diferencial, como design
ou qualidade, atraindo assim
o consumidor individual.

Na Gestão Privada a competição é o mote,
pois duas ou mais empresas podem oferecer
o mesmo produto. Por isso elas buscam
criar um diferencial em seus produtos.

O padrão de gestão está focado
nos objetivos e metas da empresa,
que visa obter lucratividade com
o investimento realizado.

As empresas precisam apenas
obedecer as regras do mercado
e as regulações do Estado no que
concerne a sua atividade fim. Porém,
ela está livre para fazer tudo o que
a lei não proíba
.

A principal característica da democracia
é a igualdade de participação e a liberdade
de expressão
. Essa participação, por sua
vez, leva à defesa de direitos, cuja meta
é influenciar as ações de governo, e
à necessária transparência requerida
pelo regime democrático.

Desse modo, o processo decisório na gestão
pública
democrática refere-se sempre a
questões relativas aos interesses públicos
e devem obedecer aos preceitos que
a lei determina.

Ademais, muitas vezes, as questões,
ou seja, as políticas públicas,
esbarram em conflitos de interesses que
precisam ser negociados entre os diversos
atores envolvidos no processo, por isso,
ele é mais lento do que na gestão privada.

As atividades do poder público se
dirigem a coletividade como um
todo e não podem ser consumidas
individualmente por isso elas
são indivisíveis.

Na gestão pública só é permitido fazer
aquilo que está previsto na lei.

Por exemplo, para comprar qualquer
equipamento ou material, o gestor terá
que fazer, dependendo do valor do bem
ou serviço, um processo de licitação
ou carta convite, ou tomada de preços.

O mesmo ocorre para contratação
de pessoal para realizar as atividades
do setor público. Para preencher os
cargos é preciso fazer concurso público.

No setor privado, ao contrário
do setor público, o empresário
tem maior liberdade de ação.

Ele pode, por exemplo, mudar
de atividade, se ele perceber
que não está obtendo lucros
conforme planejara.

Devido à concorrência, a empresa
deve ter algum diferencial, para
não ser engolida pelas rivais.

A empresa pode escolher um nicho
ou foco específico para atuar.

O empresário não precisa fazer
concurso público para contratar
seus funcionários. Ele busca no
mercado os profissionais segundo
o perfil que ele deseja a partir
de seus próprios critérios.

Coordenação do Curso
Ricardo Roberto Behr

Designer Instrucional
Verônica Dadalto

Professora Responsável
Marta Zorzal
Coordenação de Projeto
Priscilla Garone
Ricardo Esteves

Gerência de Projeto
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Infografia
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Ilustrações
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Interatividade
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