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Se fosse eleita uma palavra para definir a Idade Moderna, certamente seria transição. Trata-se de um tempo com novas visões de mundo e formas de pensamento inovadoras. Como explicam os historiadores Francisco José Calazans Falcon e Antônio Edmilson Martins Rodrigues, “são mudanças ocorridas, em ritmos e intensidades diversos, conforme a sociedade, que forma o núcleo básico dessa transição”.1

As opções para demarcar tal período, se consultarmos a bibliografia sobre o tema, são diversas. O marco mais comum é a tomada de Constantinopla pelos turcos, em 1453. Mas é possível considerar outros acontecimentos, como a invenção da imprensa através de caracteres móveis por Johann Gutenberg, talvez por volta de 1442, ou a chegada de Cristóvão Colombo à América em 1492. Independentemente do ponto inicial, o importante é reconhecer que entre os séculos XV e XVI ocorreram transformações cruciais que “atingiram praticamente todos os níveis da existência social dos povos europeus em geral e, em especial, os habitantes das regiões centro-ocidentais da Europa”.2

Se o medievo foi um tempo caracterizado por uma quase imobilidade, o cenário se alterou completamente a partir do século XV. Daí em diante a Terra tornou-se maior, os mapas tiveram que ser redesenhados para abrigar um novo continente, um novo oceano. Ao mesmo tempo, as distâncias encurtaram, novos tipos de embarcações surgiram, facilitando compromissos, guerras, festas e negócios.

A Idade Moderna corresponde, em linhas gerais, ao tempo em que os europeus avançaram sobre os mares, descobriram as belezas e agruras do Atlântico e, em pouco tempo, tornaram-se senhores de parte considerável do mundo. É o período por excelência em que a Europa espalha sua influência e vê crescer seu poder.

Nesta obra, nosso objetivo central é apresentar reflexões sobre as transformações experimentadas pela Europa entre meados do século XIV e o final do século XVIII. Buscaremos, de maneira sumária, discutir as alterações na visão de mundo, na geografia, na política e na economia, de forma a ressaltar a transição acentuada no período, marcado pela emergência de Estados organizados, pela diminuição do poder da Igreja e pela ascensão do individualismo e da razão como aspectos centrais da vida em sociedade.




1 FALCON, Francisco José Calazans; RODRIGUES, Antônio Edmilson Martins. Tempos modernos: ensaios de história cultural. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000. p. 12.

2 FALCON, Francisco José Calazans; RODRIGUES, Antônio Edmilson Martins. A formação do mundo moderno. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. p. 23.

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