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Considerações Finais Considerações Finais

Com a Revolução Francesa chegava ao fim o que os historiadores convencionaram chamar de História Moderna, ou Idade Moderna. A partir daí o mundo começaria uma nova era. A que findava estabeleceu uma mudança definitiva na história da humanidade. Um mundo circunscrito, um horizonte limitado como aquele da Época Feudal tinha sido profundamente abalado pelos macroacontecimentos que aqui apresentamos. Do humanismo renascentista à Revolução Francesa encontramos o desenvolvimento de uma unidade histórica cujo sentido é perceptível na criação de uma nova sociedade marcada pela ciência, pela extensão da racionalização e da tentativa da humanidade de estender esses domínios sobre a natureza e a integralidade de sua vida social.

A começar pela esfera política. Nesse campo, vimos como o Estado Absolutista deu os primeiros passos na criação de uma racionalização de suas atividades por meio de uma burocracia que teve como pioneiros Luís XIV na França e Pedro, o Grande, na Rússia, pela criação de exércitos cada vez maiores e por uma técnica militar que cada vez mais repousava no uso dos conhecimentos científicos para produção e desenvolvimento de armamentos.

Esse novo estado veio a se formar no contexto do desenvolvimento da Reforma Protestante, a qual cindiu a cristandade da Europa Ocidental, mas, ao mergulhar esse continente num doloroso processo de guerra de religião, que muitas vezes foi uma verdadeira guerra civil religiosa, deu início a uma visão da religião como um assunto privado e do estado como uma instituição laica ou que ao menos deveria garantir a tolerância religiosa.

Ao mesmo tempo que a monarquia absoluta começava a superar as monarquias feudais e se tornava dominante em alguns dos principais estados europeus, a nova classe média urbana pouco a pouco começou a transformar o seu domínio financeiro e comercial também em domínio político e igualmente passou a buscar o controle do estado. Em um primeiro momento, essa classe desejou ser cooptada pela nova ordem instituída pelos monarcas absolutos, como uma boa nobreza togada que se prezava, mas em um segundo momento buscou o controle desse mesmo estado, para melhor direcioná-lo aos seus interesses econômicos. Entre marchas e contramarchas, essa foi a história da revolução burguesa que teve seu prólogo com o século XVII inglês e alcançou seu momento de maturidade em 1789.

Assim, ao final do século XVIII, consolidou-se uma nova sociedade, burguesa e capitalista, e uma nova ordem mundial marcada pelo advento do estado-nação, invenção tardia da Idade Moderna, já que teve seu ato inaugural durante a Revolução Francesa. Portanto, a nova era que se abre verá não mais o protagonismo dos estados dinásticos no cenário da história, mas sim o estado capitalista, e sua história será a história dos séculos XIX e XX.

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